Netanyahu discursa na ONU, e delegações esvaziam plenário

Mesmo assim, Netanyahu disse que seu país ainda não terminou "o trabalho" em Gaza e afirmou que continuará atacando a região

Netanyahu discursa na ONU, e delegações esvaziam plenário
Imagem: Reprodução/X
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O fato principal

As delegações de diferentes países esvaziaram o plenário da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta sexta-feira (26.set.2025) durante o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

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Por que isso importa? O movimento de distintos países mostra o isolamento político do primeiro-ministro israelense na comunidade internacional em meio ao genocídio que seu governo promove na Faixa de Gaza.

A delegação brasileira foi uma das que se retiraram, como já havia feito em 2024. Desta vez, só permaneceram no plenário: Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, França, Itália, Espanha, Finlândia, Suíça e União Europeia.

Netanyahu entrou para discursar sob vaias. Durante o discurso, que durou cerca de 40 minutos e foi destinado apenas aos remanescentes, recebeu aplausos de pessoas da plateia, um local destinado a convidados dos países.

O primeiro-ministro israelense declarou que ainda não terminou a guerra. Disse que seu país continuará atacando a Faixa de Gaza.

Netanyahu usou um broche com um QR Code no paletó que direcionava quem o escaneasse para uma página web com imagens do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Trump diz que não permitirá que Israel anexe a Cisjordânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principal aliado de Israel no mundo, declarou nesta quinta-feira (25.set) que não permitirá que Israel anexe a Cisjordânia durante entrevista a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca.

"Não vou permitir que Israel anexe a Cisjordânia. Não, não vou permitir isso. Não vai acontecer", disse num 1º momento, antes de ser ainda mais enfático.

Depois, foi perguntado se já conversou sobre isso com Netanyahu. Respondeu:

"Sim, mas não vou permitir isso, falando ou não com ele. Não vou permitir que Israel anexe a Cisjordânia. Já foi o bastante. É hora de acabar com isso agora, ok?", frisou.

Contexto

A declaração ocorre semanas após Netanyahu aprovar um plano para seu governo criar um território chamado E1, entre Jerusalém e o assentamento de Maale Adumim.

Estimada em US$ 1 bilhão, a iniciativa prevê a construção de milhares de unidades habitacionais, estradas e modernização da infraestrutura.

Na prática, a medida divide a Cisjordânia, isolando Jerusalém Oriental, e tem potencial de inviabilizar a criação do Estado da Palestina.

O projeto estava congelado desde 2012. Ao aprová-lo, Netanyahu declarou que “nunca haverá um Estado palestino”.

“Este lugar é nosso”, disse o primeiro-ministro israelense na ocasião.

Atualmente, cerca de 700 mil colonos judeus vivem em aproximadamente 160 assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

É nesse contexto que diversos países, inclusive aliados históricos de Israel, vêm reconhecendo o Estado da Palestina.

A exemplo do que já haviam feito Reino Unido, Canadá, Austrália e Portugal, a França reconheceu a Palestina como um Estado na última segunda-feira (22.set).

Ao todo, segundo comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Estado da Palestina é reconhecido por 159 países.

"O crescente grupo de países que reconhecem o Estado da Palestina –a exemplo do que fez o Brasil em 2010– reúne nações que consideram a consecução dos direitos inalienáveis do povo palestino, sobretudo o direito à autodeterminação, um passo essencial para a garantia da paz e da estabilidade no Oriente Médio", diz a nota do Itamaraty.

*Este conteúdo está em atualização. Volte mais tarde para ter mais informações.

Autor

Maurício de Azevedo Ferro
Maurício de Azevedo Ferro

Jornalista e empreendedor. Criador/CEO do Correio Sabiá. Emerging Media Leader (2020) pelo ICFJ. Cobriu a Presidência da República.

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